Disjuntores para Baixa Tensão: O que é, principas tipos, como funciona, quando usar e dimensionamento para projeto elétrico

Arthur Ferreira da Cruz • 15 de agosto de 2025

Disjuntores para Baixa Tensão: O que é, principas tipos, como funciona, quando usar e dimensionamento para projeto elétrico


  • Veja o conteúdo deste post

    • Introdução ao Disjuntores de Baixa Tensão
    • O que é e como funciona um Disjuntor
    • Principais tipos de Disjuntores
    • Quando usar cada tipo de Disjuntor
    • Critérios para o dimensionamento de Disjuntores em projeto
    • Normas técnicas aplicáveis
    • Estudo de caso na BFS Engenharia
    • Conclusão

Introdução


A seleção adequada de disjuntores de baixa tensão (BT) é tão fundamental para a segurança e o desempenho de uma instalação elétrica quanto o dimensionamento correto de cabos. Um disjuntor mal escolhido pode não disparar em tempo hábil diante de uma sobrecarga ou, ao contrário, desarmar indevidamente, interrompendo operações e causando transtornos. Em casos extremos, a ausência de proteção eficaz pode levar a incêndios, danos a equipamentos e riscos para as pessoas. Portanto, compreender o que é um disjuntor, como ele funciona, quais são seus principais tipos, quando e como utilizá-los e, sobretudo, como dimensioná-los corretamente é primordial para qualquer projeto elétrico, seja em residências, comércios ou indústrias.

O que é e como funciona um disjuntor?


Um disjuntor, em essência, é um dispositivo eletromecânico que monitora a corrente que percorre um circuito e interrompe automaticamente o fluxo elétrico quando essa corrente ultrapassa limites predeterminados. Isso acontece por meio de dois mecanismos complementares: o disparo térmico e o disparo magnético.



  • No disparo térmico, um elemento bimetálico se aquece conforme a corrente se mantém acima do valor nominal do disjuntor (In). À medida que esse calor se acumula, a lâmina se deforma gradualmente até acionar o mecanismo interno, abrindo os contatos e interrompendo o circuito. Esse processo leva de alguns segundos a minutos, o suficiente para proteger contra sobrecargas prolongadas antes que o cabo ou o equipamento aqueça demais.
  • Já o disparo magnético atua quase instantaneamente. Ele utiliza uma bobina que gera um campo magnético proporcional à intensidade da corrente. Em um curto-circuito, quando a corrente dispara repentinamente a valores muito elevados, esse campo magnético torna-se forte o bastante para puxar uma peça metálica que libera o mecanismo de abertura, interrompendo o circuito em frações de segundo.
Componentes do Fan Coil
Diagram of an electrical circuit breaker showing its internal components and mechanisms.

Comparado ao fusível, o disjuntor oferece vantagens claras: além de poder ser religado manualmente após o disparo (sem necessidade de trocar a peça), ele combina proteção térmica e magnética num único dispositivo. O fusível, por sua vez, é um elemento de proteção baseado na fusão de um metal condutor interno quando a corrente excede seu valor nominal (ou seja, somente térmico). Embora seja rápido e barato, o fusível só funciona uma vez e deve ser substituído sempre que queima, gerando custos adicionais e tempo de manutenção. Por outro lado, em alguns cenários onde a simplicidade e o preço são os principais critérios — como em circuitos muito básicos ou instalações temporárias — o fusível ainda pode ser empregado, mas a tendência crescente nas normas e boas práticas é utilizar disjuntores termomagnéticos pela confiabilidade e conveniência de rearmar sem precisar repor componentes.

Principais tipos de disjuntores


Os disjuntores de baixa tensão apresentam variações construtivas e funcionais que se adaptam a diferentes necessidades. Entre eles, destacam-se:


  • Disjuntores unipolares, bipolares e tripolares: O número de polos indica quantos condutores o disjuntor interrompe simultaneamente. Em um circuito monofásico simples, utiliza-se normalmente um disjuntor unipolar, que interrompe apenas a fase; em circuitos bifásicos opta-se pelo bipolar, pois desarma ambas as fases ao mesmo tempo; e em sistemas trifásicos, o tripolar protege as três fases simultaneamente.


  • Disjuntores termomagnéticos (MCB – Miniature Circuit Breakers): São os mais comuns em quadros de distribuição de residências e pequenos comércios. Reúnem em um único módulo a lâmina bimetálica (proteção contra sobrecarga) e a bobina magnética (proteção contra curto-circuito), o que torna esses disjuntores versáteis e compactos. Geralmente estão disponíveis em correntes nominais que variam de 6A até cerca de 125A, montados em trilho DIN, facilitando a instalação em painéis padronizados.

Disjuntores termomagnéticos (MCB - Miniature Circuit Breakers)

  • Disjuntores em caixa moldada (MCCB – Molded Case Circuit Breakers): Projetados para correntes mais elevadas (de 100 A até várias centenas de amperes), esses disjuntores possuem ajustes externos de corrente nominal (In) e disparo magnético, além de capacidade de interrupção de curto-circuito (Ics) maior do que a dos disjuntores miniaturas. São amplamente usados como disjuntores de entrada em painéis industriais e comerciais, onde se exige maior robustez, ajustes finos e uma corrente de curto-circuito presumida que pode ultrapassar 25 kA ou mais.
  • Disjuntores diferenciais (DR ou RCCB – Residual Current Circuit Breakers): Embora não interrompam as fases por sobrecorrente, seu objetivo é detectar correntes de fuga à terra, protegendo contra choques elétricos e incêndios causados por falhas de isolamento. São indispensáveis em áreas molhadas (banheiros, cozinhas) e circuitos que alimentam máquinas e equipamentos com alto potencial de contato humano.
  • Disjuntores para motores: Combinam a função de proteção contra sobrecarga (proteção térmica) e curto-circuito (magnético) com critérios especiais para lidar com os picos de corrente de partida típicos dos motores elétricos. Normalmente são ajustados na curva D ou podem vir com um relé térmico externo, permitindo um ajuste preciso da corrente de disparo com base na potência do motor e no tempo máximo de partida.

Em todas essas categorias, vale notar que cada tipo de disjuntor deve ser escolhido de acordo com as características da carga (resistiva, indutiva), a corrente nominal do circuito e as condições ambientais (temperatura, presença de umidade, vibração). Hoje em dia, o termo “disjuntor termomagnético” costuma englobar boa parte dos minidisjuntores usados em instalações comuns, já que eles cobrem os disparos térmico e magnético essenciais.

Quando usar cada tipo de disjuntor


A seleção do tipo adequado de disjuntor depende, principalmente, do tipo de carga que ele protegerá, do nível de corrente esperado e do nível de proteção desejado. Por exemplo, em um circuito de iluminação residencial — composto basicamente por lâmpadas (cargas resistivas) — bastará um disjuntor unipolar termomagnético curva B, capaz de disparar entre 3 a 5 vezes a corrente nominal, evitando falsos disparos mesmo com picos momentâneos de corrente ao ligar as lâmpadas. Já em um circuito de tomadas comerciais, onde equipamentos de escritório (como impressoras, computadores e pequenos aparelhos) podem gerar correntes de partida moderadas, o uso de curva C (disparo entre 5 a 10 vezes In) é mais adequado, pois equilibra sensibilidade a curtos com tolerância a picos de equipamentos com transformadores internos.


Quando há motores envolvidos, por exemplo em ar-condicionado, bombas ou elevadores, as correntes de partida podem chegar a 10 vezes a corrente nominal do motor, então escolher um disjuntor com curva D (disparo entre 10 a 20 vezes In) evita desarmes indevidos ao ligar a carga, porém ainda garante proteção contra curtos-circuitos efetivos. Nesses casos, se o motor for de grande porte, costuma-se usar disjuntores de caixa moldada (MCCB) ou disjuntores-motor à parte, com relé térmico ajustável conforme a corrente plena do motor.


Para instalações de maior porte, como prédios comerciais e pequenas indústrias, o disjuntor de entrada (geralmente um MCCB) deve possuir corrente nominal compatível com a soma das cargas e capacidade de ruptura (Ics) suficiente para suportar o curto-circuito presumido no ponto de alimentação, enquanto os ramais (que alimentam subpainéis ou cargas específicas) podem usar MCBs termomagnéticos conforme o tipo de carga individual.




Critérios para o dimensionamento de disjuntores no projeto elétrico


O processo de dimensionamento de um disjuntor envolve essencialmente quatro etapas interligadas: determinar a corrente nominal do circuito, escolher a capacidade de ruptura adequada, selecionar a curva de atuação correta e garantir a coordenação seletiva entre dispositivos.


  • Corrente nominal (In): Deve ser igual ou superior à corrente de operação do circuito, mas inferior à capacidade de condução dos condutores. A equação básica é:
  • Capacidade de interrupção (Ics): A capacidade de interrupção, ou Ics, é a corrente máxima de curto-circuito que o disjuntor consegue interromper sem sofrer danos permanentes. Vale ressaltar que há outras especificações que tratam da capacidade de interrupção, como a Icu, que é a capacidade de interrupção máxima de um disjuntor, de forma que não é garantido a continuidade do seu funcionamento após essa operação. Também deve-se levar em conta o nível de tensão da instalação, pois para cada faixa de tensão o valor de Ics de um mesmo disjuntor se altera. Nas instalações de baixa tensão, valores de Ics típicos variam de 6 kA, 10 kA, 15 kA, 25 kA até 36 kA, dependendo do fabricante e da linha de produto. Esse valor deve ser sempre igual ou superior à corrente de curto-circuito presumida no ponto de instalação, que pode ser dimensionada em softwares especializados ou por cálculos com base na impedância da fonte e dos condutores. Por exemplo, se em um quadro de entrada de uma loja a corrente de falta em curto-circuito for estimada em 18 kA em 220V, deve-se escolher um disjuntor com Ics mínimo maior que essa corrente nessa faixa de tensão, como 25 kA, garantindo margem de segurança. Em médias e altas tensões, essa corrente de ruptura pode chegar a centenas de kiloampères, mas para BT, tipicamente não ultrapassa 50 kA.


  • Curvas de atuação: As curvas de atuação (ou curvas de disparo) indicam quão rápido o disjuntor reage a diferentes níveis de sobrecorrente. A escolha da curva adequada depende do tipo de carga e das características da instalação. As mais comuns em baixa tensão são as curvas B, C e D:


  • Curva B: disparo de 3 a 5 vezes a corrente nominal. Indicada para circuitos resistivos, como iluminação, tomadas de uso geral em ambiente residencial ou cargas que não apresentam picos significativos.
  • Curva C: disparo de 5 a 10 vezes a corrente nominal. Usada em circuitos comerciais e pequenas indústrias, onde há equipamentos eletrônicos e cargas de transformador que geram picos moderados.
  • Curva D: disparo de 10 a 20 vezes a corrente nominal. Recomendada para circuitos com motores e outras cargas indutivas que apresentam altos picos de corrente na partida.


  • Coordenação e seletividade: Em quadros com mais de um disjuntor em cascata (por exemplo, disjuntor geral e disjuntores de ramais), é crucial que, ao ocorrer uma falha em um ramal, apenas o disjuntor mais próximo da falha atue, sem desarmar o disjuntor geral. Essa seletividade depende da combinação de curvas de disparo e das capacidades de interrupção. Na prática, se o disjuntor de entrada for um MCCB curva C de 250 A (Ic 25 kA) e um disjuntor de ramal for um MCB curva C de 20 A (Ic 10 kA), espera-se que, se houver um curto-circuito no ramal, o disjuntor de 20 A abra antes de a corrente chegar ao nível em que o disjuntor de 250 A dispararia. Para garantir isso, o fabricante costuma fornecer as curvas de tempo-corrente detalhadas, permitindo verificar que, em cada nível de corrente de falta, o tempo de disparo do ramal seja sempre inferior ao tempo de disparo do geral.
Graph showing the time-current characteristic curves of circuit breakers, labeled with

Normas técnicas aplicáveis


A seleção do tipo adequado de disjuntor depende, principalmente, do tipo de carga que ele protegerá, do nível de corrente esperado e do nível de proteção desejado. Por exemplo, em um circuito de iluminação residencial — composto basicamente por lâmpadas (cargas resistivas) — bastará um disjuntor unipolar termomagnético curva B, capaz de disparar entre 3 a 5 vezes a corrente nominal, evitando falsos disparos mesmo com picos momentâneos de corrente ao ligar as lâmpadas. Já em um circuito de tomadas comerciais, onde equipamentos de escritório (como impressoras, computadores e pequenos aparelhos) podem gerar correntes de partida moderadas, o uso de curva C (disparo entre 5 a 10 vezes In) é mais adequado, pois equilibra sensibilidade a curtos com tolerância a picos de equipamentos com transformadores internos.


A conformidade com as normas brasileiras de instalações elétricas é obrigatória e garante que todos esses critérios sejam atendidos. Entre as principais normas para disjuntores BT, destacam-se:


  • ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão: estabelece os critérios mínimos de projeto, execução, proteção contra choques elétricos, dimensionamento de condutores e dispositivos de proteção, incluindo disjuntores.
  • ABNT NBR IEC 60898 – Disjuntores para proteção contra sobrecarga e curto-circuito em circuitos de distribuição de baixa tensão (0 a 100 A): aplicável principalmente a MCBs usados em ambientes residenciais e comerciais.
  • ABNT NBR IEC 60947-2 – Disjuntores de baixa tensão para uso industrial: cobre MCCBs e demais disjuntores de capacidades acima de 100 A, estabelecendo requisitos de desempenho, ensaios e condições de instalação.
  • Normas complementares – Podem existir normas do fabricante ou especificações locais que detalhem características específicas de disjuntores, testes de coordenação e outros aspectos.

Estudo de Caso na BFS Engenharia


Para ilustrar de forma prática alguns destes conceitos, pode-se utilizar com exemplo o projeto de um empreendimento comercial de alimentação desenvolvido pela BFS Engenharia:


Neste projeto, um circuito monofásico de alimentação de uma  lavadora de louças tem uma potência instalada de 7.100 W em 220 V. Dessa forma, calcula-se que o circuito consome uma corrente de 32,28 A. Com isso, entende-se que o disjuntor recomendado, por questão de capacidade de condução de corrente (In) seria um de 40 A.

Disjuntor de 40A do circuito da lava-louças | Fonte: BFS Engenharia

Em outro projeto da BFS Engenharia, pode-se analisar a definição da corrente de curto-circuito do disjuntor geral da instalação:

Indicação do disjuntor geral do empreendimento

Disjuntor de proteção de 80A no circuito de alimentação do QD1

Disjuntor geral de proteção de 63A no quadro QD1

Conclusão


A seleção criteriosa e o dimensionamento preciso de disjuntores são essenciais para assegurar a proteção adequada contra sobrecargas e curtos-circuitos. A análise cuidadosa da corrente nominal do circuito, da capacidade de ruptura necessária, da curva de atuação mais adequada e da coordenação seletiva entre dispositivos forma o alicerce para um projeto elétrico seguro e confiável. Além disso, o atendimento rigoroso às normas (ABNT NBR 5410, IEC 60898, IEC 60947-2) garante que o sistema elétrico opere de forma contínua, minimizando riscos de falhas e interrupções.


Investir tempo na elaboração de um projeto completo de proteção elétrica, com base em cálculos realistas, experiência prática e know how de uma equipe especializada em projetos elétricos, faz toda a diferença na segurança do usuário, na redução de custos globais da obra e na longevidade dos equipamentos. Dessa maneira, tanto em um prédio residencial, um estabelecimento comercial ou uma indústria, disjuntores bem dimensionados asseguram que a instalação suporte as demandas atuais e esteja preparada para possíveis expansões futuras.

Conteúdo desenvolvido por Arthur Ferreira da Cruz, Projetista Eletricista na BFS Engenharia.

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